terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Crise nas Forças Armadas da Argentina








A.R.A. Santíssima Trindade inclinado sob um navio pesqueiro 


Crise de material na Marinha?
Rosendo Fraga  |  



A apreensão da fragata Libertad em Gana levantou a discussão se havia sido um erro de planificação do Governo ou da Marinha, de o navio escola visitar aquele país.

A falha dos motores da Corveta Espora, que foi ancorado várias semanas na África do Sul, revelou que há muito tempo devia dinheiro à empresa alemã que a construiu e isso levou ao atraso no pagamento. Mas também mostrou que o navio estava navegando em condições precárias.

A ele se agregou que foi o terceiro navio sucessivo designado para participar no exercício naval com a África do Sul, Brasil e Uruguai. Anteriormente o primeiro navio teve de suspender a missão por defeitos em seus motores e o substituto sofreu uma avaria ao deixar o porto por falta de dragagem.

O orçamento militar esta em um mínimo histórico como percentagem do PIB desde muitos anos.

O quebra-gelo vai cumprir cinco anos em reparos. O Navio é essencial para a Argentina exercer a sua soberania na Antártida. Algumas estimativas afirmam que o custo dos reparos será superior a de um navio quebra-gelo novo.

Atrasos no pagamento de serviços e fornecedores voltam a retardar a partida da Operação Antártida, que é realizado por meio das Forças Armadas.

Isso acontece quando a decisão britânica de designar o nome da Rainha Elizabeth a parte do setor antártico que se sobrepõe ao setor argentino, evidencia a prioridade que deve ter essa operação.

A isso se soma a falha que põe o Destróier Santíssima Trindade em risco de destruição.

Quando teve lugar o protesto salarial nas Forças de Segurança, na Marinha um grupo de suboficiais se inclinou para reivindicar, fazendo declarações públicas frente ao Estado Maior da Força, contra a equipe da Força, em um fato sem precedentes a partir do ponto de vista disciplinar.

Modernizar as forças armadas, tornando-as uma ferramenta eficiente para o Estado argentino é uma tarefa que está sendo sistematicamente postergada.

Um evento pode ser um acidente ou de uma coincidência, mas uma sucessão de eventos evidencia uma crise na operação da Marinha.

Mas não se trata de um problema específico a esta força.

Nas outras duas forças, pelo menos por agora, é menos visível, mas também enfrentam problemas crescentes, devido à falta de investimentos e manutenção da infraestrutura, de postergação e desordem na política salarial.

O orçamento militar esta em um mínimo histórico como percentagem do PIB desde mais anos.

Por esta razão, não podemos falar de eventos inesperados, sim da consequência de uma política ou não política.

Este ano a democracia completa 30 anos.

Talvez a manifestação desta crise sirva para uma reflexão necessária.




ROSENDO FRAGA

Licenciado em Direito pela Universidade Católica Argentina. Analista político, jornalista e historiador. Membro da Academia de História Argentina, da Academia Nacional de Ciências Morais e Políticas, Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), Conselho Acadêmico do Colégio de Defesa Nacional e do Instituto de História Militar Argentino. Ele foi condecorado pelos governos do Brasil, Chile, Espanha e Itália.


Fonte: La Nacion 
Foto: DyN
Tradução e  adaptação: Aviação, Defesa, Notícias e Afins.

Um comentário:

Anônimo disse...

A coisa esta feia por lá.